Homem integral


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“Procurando a felicidade e o bem por toda parte, esquecemos de procurá-los no desenvolvimento de nós mesmos. A História prosseguirá testemunhando o homem numa procura permanente do que só pode encontrar se ele procurar realizar a si mesmo, pois, por trás de todas as procuras, o homem incompleto procura o homem integral.” (E.P. Mendonça)

Deus não é nada além de nós mesmos


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Antes de tudo passemos a associar a palavra ‘Deus’ com ‘Essência’, porque ‘Deus’ é apenas uma palavra desgastada devido a associação errônea. Na frase “Deus criou o homem a sua imagem e semelhança”, a “imagem” de Deus se refere à parte imaterial do homem, e a semelhança ao seu poder de criar. Temos capacidade de pensar e sentir, como temos a capacidade de modificar e criar. Modificamos tudo a nossa volta com nossa intelectualidade, erguendo prédios, montando carros, transformando o mundo físico. E criamos tudo que existe entre nós homens, laços efetivos, vontade em outros indivíduos, inspirações. Podemos concluir então, que Deus não é nada além de nós mesmos.

O homem a procura do homem


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"O homem precisa restabelecer o culto de si mesmo. Não o culto forjado pela propaganda, como vemos em tantos casos. Trata-se do cultivo do próprio homem. Ele deve saber que não nasce completo e acabado. Ele deve ter consciência de que se educa a cada instante de sua vida. Cada escolha, em cada instante, é um passo na formação de seus hábitos, é uma etapa no apuro de sua própria sensibilidade, é um degrau na estruturação do seu modo de pensar. Os amigos são instrumentos de moldagem do nosso ser, e os lugares que frequentamos também o são. O que fazemos reflete o que somos, e constrói o que seremos. Solon, o grande legislador de Atenas, perto da morte, ainda exclamou: "Morro aprendendo". O homem aprende sempre, porque está sempre, até morrer, num caminho de formação de seu próprio ser." (Livro: O mundo precisa de filosofia - Eduardo Prado de Mendonça pag. 116-117)

Na ponta dos dedos


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Como uma adolescente a flor da pele,
meu coração palpita.
A pouca luz do meu quarto sugere
Embaixo do lençol,
uma silhueta
Desenho com meus dedos,
o que a penumbra esconde
E toco,
aquela nudez que se arrepia,
umedecendo meus medrosos lábios
na tua boca trêmula
Assim descobre o teu lugar,
E se denuncia na ponta dos meu dedos
Num suspiro desaparece,
sem deixar vestígios.

Amarrar-se


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Não somos fáceis de entender
A vida inteira eu quis ser livre
Não me prendia a quase nenhum sentimento e nem pessoa. 
A rotina apaixonada sempre me irritava. 
Fugia de relações. 
Fugia pra não ter que dizer "Também te amo". 
Quando dava certo com alguém, 
fugia por isso. 
Mas a vida é uma ironia mesmo. 
Hoje, depois que eu escutei "seja livre!", 
tudo que eu mais queria ter escutado era "se amarre em mim!".

Por: Renata Lemos

Aguardei


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Esperei
Toda vez que o celular vibrava
Meu coração subia até a garganta
atoa
Puxei uma cadeira
e esperei
Horas se passaram
Dias e semanas
Não cansei
Acertava todas as vezes em que eu dizia "duvido que seja ele"
Mas no fundo,
com esperança de errar
"A partir de hoje, não esperarei mais!"
disse eu, pra mim mesma
E ao terminar esse texto
Olhei o celular procurando um motivo pra mudar esse final
Mas não achei.

Por: Renata Lemos

Antigos anos


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Texto que fiz quando tinha 13 anos, para meu amigo Thiago Traczykowski. Me sinto nostálgica.

Será que tanta tecnologia em nossa vida não acabou com o romantismo?!
Será que é por causa de tecnologia que os seres humanos da atualidade não querem mais casar e serem "felizes para sempre"?
Acho que apesar de ter tanta facilidade em minhas mãos, preferia ter vivido na época de meus avós e pais.
Antigamente o amor de ambos ultrapassavam barreira impossíveis. Antigamente era mais emocionante poder ver o seu grande amor alguns dias e esses dias poucas horas duravam; ficar na ansiedade de poder tocar um a mão do outro; a ansiedade do primeiro beijo; a ansiedade do primeiro "eu te amo"; a ansiedade de sentir o calor do outro unir-se com o seu.
Antigamente as coisas eram mais difíceis e sendo assim mais valorizadas, como os horários estipulados; horários para poderem ficar juntos; horários para sair e voltar para casa.
Tudo era mais romântico, como as cartas com letras escritas finas e detalhadas, cartas manuscritas no qual você sentia seu coração pulsar mais forte no momento em que recebia; sentir o papel roçar em suas mãos e o coração na garganta, o sorriso que não se expande no rosto, pois sua face está pasmas, mas os seus sentimentos estão pulando dentro de você, sentimentos que nenhum e-mail vai causar.
 Antigamente as mulheres não recebiam flores apenas em seus aniversários, mais sim quando o amor apertava o coração, recebia rosas vermelhas que hoje são conhecidas como clichês...mas talvez chichê mesmo seja presentear flores vermelhas no aniversario ou datas comemorativas; presentear apenas como obrigação. Se tivéssemos mais sensibilidades talvez perceberíamos que flores não servem como presente de alguma data e sim um gesto espontâneo, um gesto sensível de amor. Anos felizes eram os de nosso avós e pais.